No rescaldo da crise económica e social provocada pela epidemia, os portugueses têm-se oferecido, desde a assistência ao pessoal médico, à distribuição de alimentos e à doação de computadores a alunos carenciados.
No principal Hospital de Santa Maria de Lisboa, seis autocaravanas estacionados nas proximidades tornaram-se a sede de 450 voluntários mobilizados em todo o país pelo programa de caravanas de Ricardo Piago.
“O governo não tem dinheiro para financiar tudo, cabe a nós ajudarmos uns aos outros”, disse o especialista em marketing e publicidade de 38 anos.
Chocado com as imagens de ambulâncias em fila do lado de fora dos hospitais no início deste ano, ele usou sua rede de contato para reunir dezenas de autocaravanas para fornecer espaço tranquilo ou lanches e espaço quente quando o número de casos de COVID no país explodiu. Beba para trabalhadores de saúde exaustos durante os turnos.
O auditório próximo, disponibilizado pela Universidade de Lisboa, permite aos membros da equipa guardar artigos como barras de cereais doadas, colchões ou computadores para agradecer a sua dedicação.
– ‘Ajude-me a ir para a escola’ –
Conforme o número de casos em todo o país diminui, a equipe de voluntários de Paikua recentemente se concentrou na necessidade de alunos e computadores estudarem online.
“Isso me ajuda a ir para a escola”, disse Elizabeth Evora, de 15 anos, que recentemente parou para pegar um computador. “Até agora, tudo que eu tinha era um celular antigo.”
Nos subúrbios de Lisboa, outro grupo de voluntários, liderado por Eva Maduros, se ocupa a preparar 500 refeições nas suas cozinhas, que são distribuídas na praça central da capital todas as quartas-feiras à noite.
Madiros, um brasileiro que vive em Portugal há cerca de 10 anos, criou em 2018 um “amigo de rua” para ajudar os sem-abrigo.
No entanto, ele disse que a epidemia desencadeou novas ondas de pobreza no país.
“Se as pessoas estiverem com fome, vou alimentá-las”, a bela artista de 35 anos despejou macarrão em uma grande panela. “No momento, vemos muitas famílias perdendo seus empregos.”
– ‘Eu tenho que gerenciar’
José Antonio, 51, que fazia biscates antes do surto, está desempregado desde março passado.
“Venho todas as semanas, mesmo que chova”, disse ele à AFP na quarta-feira, depois de atravessar a cidade de bicicleta para comer o macarrão com frango servido naquele dia.
“Sem trabalho, tenho que administrar”, disse ele.
O governo socialista de Portugal expandiu seu programa de ajuda alimentar e dobrou o financiamento para ajudar 120.000 pessoas necessitadas.
A Caritas, uma instituição de caridade católica, também criou um programa especial para ajudar a pagar a moradia e outras contas para cerca de 10.000 pessoas.
“Estamos vendo um aumento no número de necessitados e, além disso, muitos dos que pedem ajuda vêm até nós para fazer doações”, disse Rita Valdas, presidente da entidade.
tsc / jz
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